segunda-feira, 11 de outubro de 2010

2º Turno: menos política e mais valores morais

As eleições de 2010 foi marcada por fatores surpresas: denúncias de corrupção envolvendo o PT e o PSDB, as pesquisas de opinião que na verdade não refletiu de fato as escolhas dos eleitores, um palhaço foi eleito deputado com o maior número de votos para o cargo, o discurso ora cansativo, ora desinteressante verde de Marina Silva arrastou a campanha para o segundo turno.
Mas a maior de todas as surpresas é a postura do eleitor. Indignado ao votar no Tiririca, faz um protesto não muito inteligente mas expressivo, mostrando que sim "a voz do povo é a voz de Deus". Se não de Deus, pelo menos da maioria. Este mesmo, se mostrou atento as "desordens" cometidas em Brasília, e não está nada contente com tudo isso. Parece até que acordou para o fato de mesmo com as "fichas sujas", continua todo mundo lá, a política brasileira feita sempre com as mesmas caricaturas. E quem soube se aproveitar muito bem dessa visão mais abrangente do povo brasileiro, foi Marina Silva. Uma vez que o discurso de políticas sempre sociais para os mais pobres e os mais necessitados, como se o Brasil fosse feito só deles feito por Dilma, ou a tentativa de José Serra de se tornar mais simpático, deu no que tinha que dá. O ambientalismo recatado de Marina, despertou no brasileiro seus valores mais morais e antiquados, diga-se de passagem.
O que mais intriga é pra onde o brasileiro está a caminho? Não dá para entender o porque de em pleno século 21, as pessoas empurrarem para debaixo do tapete a discussão sobre o aborto, de casamento homossexual. Quem é que não conhece uma mulher que já fez um aborto clandestino e quase perdeu a vida? Quem não conhece pessoas que gostam de pessoas do mesmo sexo e respeitam muito mais a vida que os heterosexuais? E as mulheres querem liberdade de ir e vir, liberdade de trabalhar, escolher o melhor momento para procriar, mas não quer decidir o que fazer com seu próprio corpo? Talvez isso aconteça com o brasileiro e com a brasileira porque o povo precisa de educação e não de tanta religião.
Agora, a campanha eleitoral tomou um ritmo mais fraternal, mais calmo, feminino, parece até que as brasileiras agora só precisam procriar para serem felizes. Ninguém se atem a importância de, para um país tão machista como o Brasil, ser governado por uma mulher. A grande verdade é que neste processo, estamos regredindo. E que dia 31 de Outubro, venham mais surpresas.

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